- Área: 200 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Amit Geron
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Fabricantes: Asi Lerner, Avney Tal, Benzi Grinberg, Bomanite, Habitat, HeziBank, Itamar Carpets, Mody, Natura, Pas Normal, Sharony Ceramic, Shita, Tollman’s, Tzofit Stone, Vintage, Wintec, Yair Doram
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Nua é uma residência para dois arquitetos e duas crianças.
O projeto de nossa própria casa foi um processo contínuo de aproximadamente seis anos.
Nesse tempo testamos diferentes formas, tamanhos, materiais, detalhes, tudo em papel, nunca concretizado por conta da falta de tempo para nos comprometermos com o projeto, orçamento, etc. Considerando que durante esse tempo ganhamos muita experiência em outros projetos, e que passamos horas conversando com clientes, escutando seus dilemas, nos tornamos mais conscientes de nossas próprias necessidades e nossos valores se fizeram mais claros e evidentes.
O ponto em que finalmente nos sentimos prontos para construir foi uma combinação de clareza, tanto profissional, quanto pessoal, em relação ao que estávamos sonhando e ao que necessitávamos.
Depois de viver por tantos anos no terreno em uma casa pequena, e de experimentar a vida das grandes árvores de nozes-pecã e muitas outras árvores frutíferas, sabíamos que a nova casa se transformaria em parte do jardim existente que estivera ali desde muito tempo antes de nós. O entorno verde, a luz do dia ideal e brisa do oeste do Mediterrâneo foram nossos pontos de partida.
A escolha de materiais baseou-se em uma compromisso muito decidido de trabalhar com materiais em seu estado básico e nu, celebrando a forma e a estrutura em suas condições mais sinceras. Celebrando, também, o que é, para nós, uma união harmoniosa com o jardim já estabelecido no local.
Os mesmos materiais foram levados ao interior para diluir os limites entre interior e exterior.
O concreto e os blocos são os materiais e as técnicas de construção mais comuns em Israel. Em termos práticos, os acabamentos aparentes se tornam respeitosamente e esteticamente a diferença em relação a outros que sempre precisam de manutenção. Gostamos muito dos materiais locais e sempre nos decepcionamos quando cobre-se tudo.
A altura da residência deriva das dimensões dos blocos e de uma busca sutil por uma poderosa harmonia de escala entre as pessoas e o espaço, entre a rua e a casa, entre a terra e as árvores.
Uma fina cobertura de concreto paira sobre o espaço central, permitindo uma visão constante do céu e das copas das árvores. Esse elemento examina a questão do peso e dos "materiais pesados" escolhidos.
Uma biblioteca de ferro de duas faces cruza a área pública da residência, separando a cozinha da sala de estar sem alterar a cobertura. O desenho da biblioteca cria, propositalmente, duas "portas" entre os dois lados.
Questionando o espaço para uma única família e provocando o desenho programático, decidimos dividir a área das crinas e a nossa aos extremos da casa, enquanto que o ponto de encontro para todos está no centro, onde a sala de estar, a cozinha e a sala de jantar estão logo em frente às árvores. A intenção era que a sala de estar atuasse como um pátio, um jardim fechado, uma extensão do jardim dentro da casa. Cada área foi definida por sua própria cobertura, que se desfragmenta e reduz o alcance geral da residência.
A casa é térrea e atinge aproximadamente a metade da altura das árvores, o que faz com que, por um lado, ela não domine a vegetação, e, por outro, que seu interior fosse muito espaçoso e ventilado, com aberturas orientadas ao leste e oeste para otimização de luz e ar naturais. Fora da casa principal há pátios cobertos e dois espaços fechados adicionais de serviço, que juntos criam a atmosfera de um pequeno vilarejo entrelaçando interior e exterior.